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INOCENTES DISCOGRAFIA PUNK BRASIL ANOS 80: A evolução sonora e estética de uma banda que soube se re



Inocentes é uma das primeiras e mais importantes bandas de punk rock brasileiras, formada em 1981 por ex-integrantes de duas bandas da periferia de São Paulo, o Restos de Nada e o Condutores de Cadáver.




INOCENTES DISCOGRAFIA PUNK BRASIL ANOS 80



Em 1982, foram convidados, junto com Cólera e Olho Seco, a participar da coletânea Grito Suburbano, o primeiro registro sonoro das bandas punks brasileiras, lançada pelo selo Punk Rock Discos em 1982.


Em 1983, fazem parte da invasão ao Rio de Janeiro por punks paulistanos, tocando no Circo Voador com sete bandas punk paulistas e mais Paralamas do Sucesso, de Brasília, e Coquetel Molotov, do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, entram em estúdio para gravar seu primeiro LP, Miséria e Fome; porém todas as treze músicas compostas que entrariam no disco foram censuradas, forçando a banda a alterar as letras de três delas, que foram registradas no compacto Miséria e Fome. Participam do média-metragem Punks, dirigido por Sarah Yakni e Alberto Gieco, e no fim do ano, já como um trio com Clemente nos vocais, a banda acaba em pleno palco do Napalm (casa noturna precursora do Madame Satã), devido aos rumos que o movimento punk havia tomado (as brigas entre gangs aumentavam a cada dia, não havia mais shows e zines).


Em 1986, Branco Mello dos Titãs leva uma demo deles para a Warner que os contrata, e lançam o mini-LP Pânico em SP, produzido por Branco e Pena Schmidt, tornando-se a primeira banda punk brasileira a gravar por uma multinacional. O disco é bem recebido pela mídia e a banda excursiona por todo o Brasil pela primeira vez. As vendas na Warner são boas, mas não são as esperadas pela gravadora. Apesar disso, a banda conquista respeito e público por todo o país. Pânico em SP apresenta uma sonoridade mais limpa, mas sem perder as raízes punk rock do grupo, incluído a regravação de "(Salvem) El Salvador", do compacto Miséria e Fome, e músicas antigas que ainda não haviam sido gravadas, como o ska "Não Acordem a Cidade", que também foi o primeiro vídeoclipe da banda. Devido à banda ter assinado com uma multinacional, na época alguns punks disseram que eles foram "vendidos" ao sistema. Este álbum foi mais tarde escolhido pela Rolling Stone Brasil como o sexto melhor álbum de punk rock brasileiro.[1]


No início dos anos 90 eles estavam sem gravadora, com poucos shows e pouco dinheiro. A banda tomava rumos cada vez mais distantes do punk rock que a consagrou. Em 1991, uma demo com a música "O Homem Negro" chegou à rádio 89FM e tocou sem parar. A música, uma mistura entre punk rock, rap e rock, conquistou novos fãs e abriu novos horizontes, e em 1992, lançam Estilhaços, um álbum quase acústico pelo selo Cameratti. Pela primeira vez a banda freqüenta o circuito de shows da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, fazendo vários shows gratuitos em casas de cultura pela periferia da cidade. A faixa "Faminto" toca nas rádios rock e a banda volta a excursionar.


Ricardo Alexandre entrevistou Thomas Pappon, guitarrista do Fellini e um dos personagens mais importantes do pós-punk brasileiro e da imprensa musical dos anos 80 e disponibilizou a conversa com exclusividade para os assinantes do Clube Discoteca Básica.


Clemente Tadeu Nascimento nasceu no dia 12 de maio de 1963 em São Paulo, capital, e teve infância e adolescência no mesmo lugar: Vila Carolina, parte do Limão, bairro da zona norte paulistana. Logo aos 13 começou a tocar por influência do amigo de escola Douglas Viscaíno. Dois anos depois, a dupla se juntou a Ariel Uliana (voz) e Carlinhos (bateria) e fundaram a Restos do Nada, uma das primeiras bandas punk brasileiras, no qual Clemente teve que colocar a guitarra de lado para tocar baixo (afinal, Douglas era o seu professor de guitarra). Em 1979, um ano depois, Clemente saiu da Restos do Nada para entrar, a convite de Antônio Calegari (guitarra), na banda NAI (Nós Acorrentados no Inferno). Dois shows desastrosos depois, sendo que Clemente foi em apenas um, a NAI mudou de nome para Condutores de Cadáver, formada ainda por Índio (voz) e Teco-Teco (bateria).


Surpresa geral em 2006. Clemente foi convidado por Philippe Seabra para integrar a nova formação da Plebe Rude e o primeiro resultado deste encontro histórico foi o disco R ao contrário, lançado originalmente encartado na Revista Outracoisa e repleto de canções raivosas. No mesmo ano, Gastão Moreira (ex-VJ da MTV) lançou em DVD o documentário Botinada, uma história do movimento punk brasileiro com muitos depoimentos atuais (Clemente, inclusive) e cenas raras do Inocentes tocando o terror, em 1982, na boite chique Gallery e do festival O Começo do Fim do Mundo. Aliás, Clemente foi produtor musical do programa Musikaos que Gastão apresentou na TV Cultura entre 2000 e 2003.


Até o visual da tribo buscava uma coerência ideológica. Foram abandonadas algumas peças de vestuário usadas para chocar que identificavam os punks de alguns anos antes: os já citados alfinetes de fralda e jeans rasgados, e até mesmo casacos de couro (afinal, roupas de couro contribuíam com a exploração dos animais). O negócio era não cair num cliché visual. Uma camisa de banda, uma calça jeans e um tênis já bastavam.


Já no Brasil, esse legado veio se manifestar em meados da década de 90. Grupos como Chico Science e Nação Zumbi, Raimundos e, um pouco depois, Sheik Tosado e Zefirina Bomba, juntaram o hardcore com forró, baião e outros ritmos brasileiros numa mistura instigante. Nos anos 80, tal travessia de fronteiras musicais seria impossível. Naquela época era cada macaco no seu galho e qualquer mistura do hardcore com outros ritmos era inviável e muito malvista pelos participantes da cena. Felizmente, até os estilos musicais amadurecem.


São 42 anos sem parar. Levando sempre a palavra dos dias reais, da busca pela paz, por dias melhores. A Cólera é, sem sombra de dúvidas, a maior banda punk nacional. Não só porque nunca parou, mesmo após a morte de Redson que fundou a banda em 1979, mas porque sempre manteve o discurso social afiado aliado a sonoridade punk e sempre levou o lema do DIY ao pé da letra. Redson e o Cólera ajudaram muitas bandas.


O cantor, compositor, escritor, ator e jornalista Leo Jaime comentou sobre o movimento vanguardista do rock brasileiro e, de acordo com ele, o que não parecia ter futuro, para os críticos, já dura 40 anos e segue fazendo história:


O tecladista, compositor e arranjador, Vermelho, da banda 14 Bis, foi outro integrante da geração dos anos 80, que exaltou não apenas aquele movimento, mas a música brasileira como um todo. Inclusive, ele questiona porque muitos especialistas, que abordam aquela geração, não incluir o 14 Bis no movimento. E você acha que ele se importa?


O vocalista e guitarrista da banda Dr. Silvana & Cia., Cícero Pestana, falou, para o YouTube do Versos e Prosas, sobre a importância do movimento do rock brasileiro dos anos 80. Para ele, se podia, em uma festa, ouvir apenas músicas nacionais, daquela época:


Lançado em meio ao auge das selvagens tretas de gangues que rolavam entre punks, carecas e headbangers, esse marco da cena local, acabou não tendo show de lançamento e, na sequência, Gordo e Mingau (guitarrista do disco) sairiam deixando com Jão e Jabá a responsa de não deixar o RDP morrer. Poderia ter sido uma banda de um só clássico, mas graças à resiliência de Jão, tornou-se um marco com 40 anos de carreira. 2ff7e9595c


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